É assim: abaixo você encontrará pensamentos com algum nexo, questões que estão sempre em aberto, esperando a próxima experiência, na infinita esperança de mudar de idéia.
A gente brincava de boneca, de casinha, de comidinha, de dar aula. É assim, naturalmente é assim, porque é isso que os nossos pais e a sociedade esperam de nós meninas.
Nós que brincávamos de Barbie, que olhávamos a Cinderela crescemos achando que o nosso Ken, e que o nosso Príncipe Encantado viria no momento em que chamamos de "certo". E que quando esse homem aparecesse (a nossa metade da laranja, a nossa tampa da panela) ele iria nos reconhecer no primeiro momento, iria nos querer mais do que tudo. Esse momento seria mágico, e os dois sentiriam que eram feitos um para o outro e não conseguiriam mais se desgrudar.
De antemão aviso: eu me considero uma pessoa realista e esclarecida. Sei que homem algum presta, sei que não são fiéis, há muito deixaram de ser cavalheiros, que mentem, que olham pra todas as mulheres na rua e inclusive para as nossas amigas, que marcam e não comparecem, que inventam desculpas o tempo inteiro. Sei disso, sou esclarecida, já avisei. Mas... (sempre o "mas"), ainda acredito que em algum lugar do mundo existe o homem que "vai fechar comigo" e que passará a ser fiel, cavalheiro, verdadeiro...Acredito! Admito, eu acredito! E sofro por acreditar nisso, a razão, todas as evidencias e o diabinho me repulsam com a palavra "idiota", "idiota"...
Mas, como a realidade que vivemos é a única verdade pois, concluo que - a não ser nos contos de fadas, e na infância - não existe lógica para se acreditar no amor verdadeiro. A gente até tem esperança: conhece o carinha, passa um dia se arrumando para sair com ele, acha lindo, querido, educado, de futuro, eeeeee? Sem mais nem menos acaba... sem mais nem menos a pessoa te exclui da vida dela sem ao menos te dar qualquer informação sobre o porquê isso aconteceu. Aí de novo, naturalmente conhecemos outro não tão bonito, mas ainda mais legal, e a gente se conhece, parece que tudo vai bem, tu é a pessoa que ele curte, ele faz tu se sentir bem e até especial, vocês vão ficando e aos poucos se envolvendo e algumas noites depois tu descobre que é a pessoa certa na hora errada, ou então que não é você, é ele. E essa história se repete e é (ou parece ser) infinita.
Mas, como toda boa filosofia e tese: será assim sucessivamente até o fim dos nossos dias ou devo pensar que eu sou a Cinderela e o príncipe chegará com o seu Alazão na hora certa ?